Rosa Marya Colin volta ao disco com ‘Rosa’, e, com seu timbre marcante, une pontas da música brasileira. No roteiro, desde uma parceria com Tim Maia, até um blues de Arlindo Cruz, passando por ‘recados’ de Itamar Assumpção e
Alzira E, mais Legião Urbana, Taiguara e Sylvia Patricia. Como ‘brinde’, o CD traz as faixas do LP ‘Vagando’, lançado em 1980 pelo selo Eldorado, fora de catalogo, no qual Rosa gravou inéditas de Djavan,
Fátima Guedes, Vicente Barreto e Péricles Cavalcanti. A cantora Rosa Marya Colin, apesar de há um longo tempo morando no Rio de Janeiro, não perdeu o jeito discreto, mineiro de ser. Trabalhou quase em silêncio no novo CD, Rosa (selo Eldorado/Nova Estação), que já chega fazendo barulho. Em uma das faixas, a balada É por você que eu
vivo, seu parceiro é Tim Maia. De Arlindo Cruz, mais conhecido pelos sambas de sucesso, ela ganhou o (blue) Eu canto esse blues. E o repertório segue com uma nova versão de Giz, do Legião Urbana; uma homenagem ao cantor Blecaute (1919/83) com General da Banda, além de músicas de Taiguara e Itamar Assumpção (com Alzira E), do qual ela dá o recado: “E toda vez que aqui vem, man/ Prefiro que vá além/ Desligue esse som/ Ame-me e amém”. Os diversos talentos de Rosa Marya, ironicamente, foram responsáveis por seu afastamento dos estúdios de gravação de discos. Suas qualidades de atriz falaram mais alto e aí ela vem colecionando personagens em novelas e peças. A mais recente delas foi Deus Salve o Rei (2018), na qual representou a misteriosa Mandingueira. Mas também atuou em Sitio do Pica-pau Amarelo (2007), Ciranda de Pedra (2008) e Fina Estampa (2011), todas na TV Globo. No teatro,
participou de montagens de sucesso como Hair (direção de Ademar Guerra/1970); O Ladrão de Bagdá (direção de Acácio Gonçalves e Ivan Lima); As noviças rebeldes e Cabaré Brasil, ambas dirigidas por Wolf Maya, em 1987 e 1998, respectivamente. Sobre o repertório do disco novo, ela conta: “Meu método para a escolha é falar ao coração. Também não tenho problema com ecletismo. Por exemplo, Arlindo Cruz, que é esse grande nome do samba, um dia me encontrou num programa de TV e disse ‘tenho um blues para você’. Eu ia recusar? Itamar Assumpção era amigo que tomava conta das minhas orquídeas, quando eu viajava (rssss). Man, dele com Alzira E é um recadinho para os homens se lembrarem que homens e mulheres são duas energias que se completam e nenhum é superior. Depois das 6, de Sylvia, ouvi com ela no show e não esqueci”.
Rosa comenta o fato de o novo disco trazer como bônus todo o álbum Vagando, lançado há quase 40 anos: “Não foi pensado assim, mas acabou que um complementa o outro. Por coincidência, foram gravados num período de alguma
agitação emocional em minha vida. A diferença é que, enquanto o novo, Rosa, talvez por ter um pouco mais de experiência com a vida, me dê ao direito de ser mais leve ou irônica, no Vagando, eu levava tudo muito a sério. Mas ambos são românticos e otimistas”. Vagando traz, entre outras, inéditas de Djavan (Romeiros), Fátima Guedes
(Dancing Cassino), e a faixa-título de Paulinho Pedra Azul.
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