RESENHA da REDE
por Patricia Lopes
Negra palavra: Solano Trindade, esse espetáculo é constituído de poesia.
Quanta rima…
O trabalho corporal dos artistas em palco é simplesmente fantástico.
Recordar as poesias de Solano é emocionante.
Tão profundo…
A percepção tão contemporânea desse trabalho é o diferencial.
O Coletivo Preto e Companhia de Teatro Íntimo foram capazes de fazer um espetá
culo digno de palmas, sim, palmas que não cessam ao final do último ato.
Será pelo simples motivo que as palavras do poeta do povo são mais atuais do que esperávamos?
Qual a esperança do trabalhador?
Tem gente com fome…
Francisco Solano nasceu em 1908 e continua em dia com a sociedade!
Parece que suas palavras ainda militam e dão ao teatro o grito necessário…
A potência do elenco nos surpreende a todo momento.
Entre os atores um me chamou a atenção, Lucas Sampaio, ele estava no palco, ele estava em casa, foi uma delícia vê-lo atuar…
Cenas belas, peles negras, percussão corporal admirável e criativa.
Teve cenário? Teve um figurino adequado?
Música e iluminação profissional?
Não posso responder, afinal naquele momento apenas refleti que ainda tem gente com fome…
Belíssimo espetáculo!
COLETIVO PRETO & COMPANHIA DE TEATRO ÍNTIMO APRESENTAM:
NEGRA PALAVRA – SOLANO TRINDADE
Reestreia no Teatro Poeira
Artista que lutou contra a opressão aos negros e pobres durante 30 anos, tem seu trabalho difundido e homenageado de forma poética e contemporânea
Espetáculo de sucesso em sua estreia no Sesc Tijuca, “Negra Palavra Solano Trindade” estará de volta aos palcos a partir de 14 de janeiro, no Teatro Poeira, onde cumprirá curta temporada, terças e quartas, sempre às 21:00. A peça acaba de receber um convite para abrir o FEVERESTIVAL (Festival de Campinas), no dia 08 de fevereiro.
Solano Trindade, poeta pernambucano, ativista político, ator de cinema, artista plástico, pesquisador de culturas populares, homem de teatro e negro. Conhecido como O Poeta do Povo, foi e é uma referência fundamental na luta por igualdade no país. Entre os anos 30 e 60, fundou vários movimentos negros no país, como a Frente Negra Pernambucana, o Centro de Cultura Afro-Brasileiro e o Teatro Popular Brasileiro. Solano levou sua arte e militância de Pernambuco para o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e, finalmente, para a cidade de Embu no interior de São Paulo, hoje conhecida como Embu das Artes.
Em cada cidade que viveu, Solano Trindade emprestou seu corpo, voz e poesia para lutar contra à opressão aos negros e pobres e para construir um mundo de justiça e solidariedade. O espetáculo “Negra Palavra | Solano Trindade” traz à cena teatral o nome de Solano enaltecendo sua importância na trajetória da poesia e da escrita preta brasileira.
“O maior desafio e creio que, também, a grande força desse trabalho, veio da percepção de que as poesias de SOLANO são profundamente atuais. Assim, buscamos entender como suas palavras reverberam nos atores hoje, para intuir uma projeção do poeta no futuro. A dramaturgia, composta apenas por poesias, e a construção do espetáculo feita, em sua grande maioria, por artistas e criadores negros, deu origem a um trabalho que dialoga com o Brasil atual e, através do pensamento e da sensibilidade de SOLANO, aponta caminhos de beleza, afeto, resistência e luta” – afirma Renato Farias, roteirista e diretor do espetáculo.
Na concepção do espetáculo, a musicalidade e o corpo negro são tão importantes quanto a palavra, respeitando, assim, um estar no mundo pela ótica negra. Todas as dimensões do poeta estão representadas na seleção das poesias, nas marcações do espetáculo e nas músicas executadas pelos atores em seus próprios corpos.
Em todas as áreas de criação, execução e produção do projeto, uma maioria absoluta de profissionais negros. Dos 23 artistas criadores, 21 são negros. Assim, na direção e no elenco, bem como na produção, direção de arte, fotografia, vídeos, assessoria de imprensa, designer gráfico, cenário, figurinos, o olhar preto constrói uma linguagem que resulta em cena como a tradução contemporânea da obra de Solano Trindade.
O ‘Poeta do Povo’ atravessou o século XX como homem negro, artista, militante, apaixonado, pai e defensor da igualdade entre os povos. Papéis que propõem questões que seguem atravessando, em pleno século XXI, todos os integrantes da ficha técnica do espetáculo.
FICHA TÉCNICA
Poesias: Solano Trindade
Roteiro: Renato Farias
Direção Geral: Orlando Caldeira e Renato Farias
Elenco: Adriano Torres, André Américo, Breno Ferreira, Drayson Menezzes, Eudes Veloso, Leandro Cunha, Lucas Sampaio, Orlando Caldeira, Rodrigo Átila e Thiago Hypólito
Direção Musical: André Muato
Direção de Movimento: Orlando Caldeira
Direção de Atores: Drayson Menezzes
Assistente de Direção: Thati Moreira
Direção de Arte: Raphael Elias
Assistente de Arte: Uirá Clemente
Figurino: Isaac Neves e Júlia Marques
Iluminação: Rafael Sieg
Designer: Juliana Barbosa
Videomaker: Thiago Sacramento
Fotografia Artística: Thiago Sacramento e Leandro Cunha
Assessoria de Imprensa: Duetto Comunicação
Direção de Produção: Eudes Veloso
Produção Executiva: Thati Moreira e Thiago Hypolito
Idealização: Renato Farias
Produção: Saideira Produções
Realização: Coletivo Preto e Companhia de Teatro Íntimo
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