Inez Viana dirige
MARIA!
Com Claudio Mendes e participação da violoncelista Maria Clara Valle.
De volta a Copacabana, Maria! Espetáculo teatral que teve sua estréia no Sesc Copacabana em abril de 2018, com grande sucesso de publico e critica, retorna aos palcos do Gláucio Gil, onde Inez Viana e Claudio Mendes iniciaram seus passos artísticos.
Em “Maria! ” o ator Claudio Mendes faz uma ode ao cronista e compositor Antônio Maria
Ator da ultima novela da Globo das 19h “O Tempo Não Para”, Claudio Mendes, reestréia no Teatro Glaucio Gill, somente com 08 apresentações.
Antônio Maria foi cronista admirável e compositor dos mais notáveis
“Maria!” chega neste momento em que o primeiro samba-canção completa 90 anos.
A direção de Inez Viana põe o ator Claudio Mendes no centro da platéia
O Teatro Gláucio Gill, recebe em seu teatro, nos dias 27 e 28 de março e 03 e 04 de abril, as quartas e quintas sempre as 18h, o espetáculo MARIA! Espetáculo que concedeu a Claudio Mendes duas indicações de prêmio de melhor ator, no Premio Cesgranrio e Botequim Cultural, e também indicação de Premio Cesgranrio de melhor iluminador a Paulo Cesar Medeiros.
A peça é uma organização das crônicas e canções de Antônio Maria. Juntos Claudio Mendes e Maria Clara, violoncelista, costuram o texto e as musicas construindo um enredo. O tempo cronológico do espetáculo é o de um dia na vida de Maria, o dia de seu aniversário, mas suas lembranças é que dão o tom biográfico que cria o enredo da peça. “Maria!” resgata o poeta e o traz de volta à luz no seu “palco original”, Copacabana, bairro no qual viveu a maior parte de sua vida. Em cena, Claudio Mendes atua acompanhado pela violoncelista Maria Clara Valle. A direção é de Inez Viana.
– Falar do Maria hoje é, de certa forma, entrar em contato com um Rio menos ansioso e violento, onde o que reina na noite são os boêmios e os poetas – comenta Inez Viana.
O espetáculo começa com o artista voltando para casa, um apartamento de quarto e sala em Copacabana, com o dia amanhecendo, vindo de mais uma noitada boêmia. Faz uma ode ao Rio de Janeiro, cidade que escolheu para viver e também critica seu abandono. Antes de dormir fala sobre cansaço, velhice e sua vida irrequieta. Adormece, enfim, e ao acordar entre as várias tarefas que tem para cumprir, escrevendo crônicas para a rádio e para o jornal, conversa sobre feiura, velhice, solidão, amor, trabalho, dívidas, insatisfações. Sem conseguir escrever uma linha, nem sobre si mesmo, ele abre o seu diário e relembra o Carnaval de sua infância no Recife, sua chegada ao Rio de Janeiro, na Lapa dos anos 40, cheio de deslumbramentos. Ao anoitecer ele sai de casa, vai cair no Sacha’s, como sempre, e lá encontra seus amigos: Vinícius, Di Cavalcanti, Maysa e lamenta a perda de sua amiga querida, Dolores Duran, de quem se recorda com muita saudade. Dia amanhecendo, nosso cronista volta para casa pela orla, onde o “colar de pérolas” ainda aceso vai se apagando com a luz da manhã. Ele fala sobre Copacabana, bairro onde morou boa parte de sua vida e onde morreu. Chegando em casa ele só quer o merecido descanso, o sossego. É apenas mais uma noite de sono, mas podemos imaginar que possa ser a última. O Menino Grande deixa-nos um último samba, melancólico, mas cheio de humor, como era o próprio Antônio Maria.
A respeito de sua atuação, Claudio Mendes comenta que “não há uma tentativa de mimetizar o personagem Antônio Maria, reproduzindo sotaques, trejeitos e voz, porém o texto é todo dito em primeira pessoa. Então, é o Antônio Maria na voz do ator Claudio Mendes.” E citando seu envolvimento com este trabalho Claudio diz que “minha alma colou na do Maria desde a primeira leitura. Nesse espetáculo quero tentar traduzir para o teatro, toda beleza, poesia, humor, acidez, ironia, a graça das palavras deste grande cronista, poeta e compositor. Quero emprestar a ele o meu melhor, como ele me deu o melhor que havia nele e fazê-lo chegar às pessoas. Acho o momento perfeito para se ouvir Antônio Maria.”
Pequena biografia de Antônio Maria
Nascido em 17 de março de 1921, no Recife, Antônio Maria foi um dos maiores craques literários de todos os tempos. Cronista admirável, com pleno domínio e intimidade com a sonora língua portuguesa, falava e escrevia com exigência de estilo, beleza poética e técnica de mestre.
Seu primeiro emprego, aos 17 anos, foi o de apresentador de programas musicais na Rádio Clube Pernambuco. Em 1940, se muda para o Rio de Janeiro para ser locutor esportivo na Rádio Ipanema. Em 1947, se torna diretor artístico da Rádio Tupy. Convocado por Assis Chateaubriand foi o primeiro diretor de produção da TV Tupi, inaugurada em janeiro de 1951. Durante mais de 15 anos, escreveu crónicas diárias para O Jornal. Em 1952, Maria foi um dos primeiros contratados da Rádio Mayrink Veiga. Em 1957, com Ary Barroso, apresentou o programa “Rio, Eu Gosto de Você”, na TV Rio. No Jornal O Globo, em 1959, manteve a coluna Mesa de Pista, tendo então se transferido para o Última Hora.
Antônio Maria foi ainda compositor dos mais notáveis da música popular brasileira, também ali seu estilo se fazia presente: sambas, sambas-canção, valsas, frevos e alguns prenúncios da bossa nova, que fizeram muito sucesso no Brasil e no exterior. Maria era, além de poeta da alma humana, um documento vivo dos costumes de sua época, incorporando em suas crônicas a linguagem do povo, enriquecendo os dicionários do nosso idioma. A noite do Rio, os modismos dos anos dourados, os seus “personagens”, alegrias e dissabores de encontros amorosos e sua fascinação pelas mulheres, poesia, música, política, esporte, teatro, restaurantes, moda, vida social, humor, amor, está tudo em Antônio Maria, que é autor de obras-primas da música brasileira como “Valsa de Uma Cidade” e “Manhã de Carnaval”, uma das canções brasileiras mais conhecidas no exterior. Muito conhecido por suas canções dor- de-cotovelo como “Ninguém me Ama” e “Se eu Morresse Amanhã”, Maria tem uma vasta obra que inclui ainda “As Suas Mãos”, “Canção da Volta” e “Frevo no1 do Recife”.
Ficha Técnica
Autor: Antônio Maria
Dramaturgia: Claudio Mendes
Direção: Inez Viana
Elenco: Claudio Mendes
Violoncelista: Maria Clara Valle
Assistente de Direção: Marta Paret
Direção Musical: Ricardo Góes
Iluminação: Paulo César Medeiros
Figurino: Flavio Souza
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Silvana Andrade
Fotos e Vídeo: Elisa Mendes
Direção de Produção: Bárbara Montes Claros
Realização: J.R. Mac Niven Produções Ltda.
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