O que é a vida? Em pleno fim da ditadura militar, trabalhadores de uma fábrica se deparam com a pergunta, posta por Gonzaguinha na grande mídia. As respostas mais criativas se tornarão versos de uma nova música. Esse é o ponto de partida de “Cartas paraGonzaguinha – O Musical”, que estreia dia 6 de fevereiro no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio.
O espetáculo mescla músicas consagradas e algumas menos conhecidas (e até inéditas!) de Gonzaguinha. A realização é do Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical (Ceftem). A direção cênica e de movimento é assinada por Rafaela Amado, e a direção musical por João Bittencourt (que é idealizador do projeto). A cantora e filha de Gonzaguinha, Nanan Gonzaga, é responsável pela pesquisa e participa, também, como assistente geral. O texto é de Tiago Rocha.
“Cartas para Gonzaguinha” é uma obra de ficção que se ambienta no Brasil do início da década de 80. A retomada da democracia avança lentamente pelo país, mas as lutas sindicais ainda encontram forte repressão. Os personagens que povoam essa história foram batizados com os nomes que constam na poética de Gonzaguinha: José, João, Solemar, Geraldina, entre outros.
Os trabalhadores lutam para garantir o salário, e quem sabe, levar para casa um pouco mais do que só o feijão. Mas um escândalo de corrupção envolvendo o dono da fábrica desestabiliza o negócio, e traz à tona o tão temido fantasma da demissão. Cumprindo horas extras não remuneradas, os operários se articulam. Alguns vão para o olho da rua, e outros podem encontrar um destino ainda mais trágico.
Em meio a essa luta e a condições precárias de trabalho (e de vida), resiste a possibilidade de refletir sobre o que é a vida. Cada um dos trabalhadores responde, por escrito, à pergunta: “o que é a vida para você?”. Eles têm a esperança de serem escolhidos por Gonzaguinha, que sempre teve como matéria-prima de seu trabalho o ser humano em sua essência mais pura.
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