ANAMNESE transita entre as convenções teatrais e as desconstruções do ato performático, mantendo em si um caráter híbrido que muitas vezes a posiciona num lugar de bate-papo com o público.
Anamnese é um desabafo nos tempos atuais onde seguimos ignorando nossas questões e nossas memórias projetando idealizações em um futuro que não chega nunca. É uma pausa no tempo para realizar uma ode as suas memórias e se reconhecer nelas, é uma busca de autoconhecimento e de encontrar formas de relacionar com o outro, com o tempo, consigo mesmo e com o mundo ao redor. Vivemos, hoje, inseridos numa espécie de mundo de desempenho que a todo instante lança novas tecnologias, novos aplicativos que facilitam nossa vida e auxiliam na praticidade do cotidiano e trazem ideias que pretendem garantir uma vida melhor. Contudo, nenhuma dessas novas tecnologias te ajudam de fato a se relacionar melhor com você mesmo, com o mundo, com o outro, e com o tempo. Nenhuma dessas tecnologias reconfigura sua forma de ver o mundo. Se você não para um tempo para escutar a si mesmo e o que habita dentro de você,como você vai conseguir escutar o que existe ao redor? Por meio do texto, aquele que está na plateia mergulha não só na história contada, na memória revivida de quem está no palco, mas na sua própria história, na sua trajetória única, ou seja, nas suas memórias. Anamnese não consegue ser feita para o outro, ela só é possível de ser realizada com o outro.
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